Um Plano de Lutas CUTista, que convocou uma grande Marcha a Brasília no início de 2024 e reforçou o protagonismo de dirigentes sindicais nos locais de trabalho e de moradia foi aprovado dia 22 de outubro, ao final do 14º CONCUT, por mais de 2,2 mil delegadas e delegados, de todas as regiões do país. A defesa dos direitos que transformam vidas foi o centro desse plano de lutas, que apontou como prioritárias as lutas pela valorização dos servidores, serviços e empresas públicos, a democracia e a soberania nacional, a organização e representação dos trabalhadores e trabalhadoras plataformizados, o trabalho decente e uma vida cidadã sem discriminação de gênero, sem racismo, homofobia e/ou capacitismo. São estas as lutas que comporão a estratégia da CUT para atender os desafios da organização sindical, com liberdade e autonomia, decorrentes da autorregulação das entidades sindicais.
A delegação do SINTEP-PB participou ativamente, tanto em Plenário quanto nas reuniões paralelas do Ramo da Educação, liderado pela CNTE, nos momentos de debates da Juventude da CUT, das Mulheres, do Setor Público, dentre outros. A bandeira da valorização docente foi defendida pelo SINTEP-PB apresentando propostas para que as políticas públicas de educação sejam ampliadas, combatendo, sobretudo, o assédio moral de governos e gestores sobre professoras e professores. Delegadas e Delegados do SINTEP-PB também se somaram à Campanha Educação Não É Mercadoria, e da articulação de forças por uma educação pública da CNTE, que é uma luta de toda a classe trabalhadora.
As místicas durante o CONCUT, desde a abertura do dia e das mesas, a cerimônia de lançamento de publicações e do Prêmio CUT, até o encerramento, abrilhantaram o Congresso e envolveram a todas e todos. Professora Vânia Mendes, dirigente-formadora da Rede Nacional de Formação da CUT, da Secretaria de Formação de nosso Sindicato e da Direção da CUT Paraíba, desempenhou esse papel, honrando nossa base. Para ela, “fazer uso de elementos simbólicos, ao mesmo tempo lúdicos e críticos é uma exigência da sociedade em transformação digital. Mas é preciso avançar no desenvolvimento de formas mais cativantes e partcipAtivas que expressem as vivências da classe trabalhadora”.
O Plano de Lutas sintetizou os debates congressuais realizados durante os quatro dias. No primeiro dia, com a chegada de delegadas e delegados, foi trazida a diversidade dos sujeitos e dos seus locais de atuação para o Expocenter Norte, local de realização do 14º CONCUT. Na parte da manhã foi realizado um Seminário Internacional sobre a Democracia e o combate à extrema direita. Na parte da tarde houve uma mesa de diálogo com presença do governo brasileiro, representado pelo Ministro do Trabalho, Luis Marinho e representante do governo norte-americano. À noite, o evento foi aberto oficialmente com uma mística que ressaltou a defesa de direitos para transformar vidas, precedendo a saudação de representantes dos movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais.
No segundo dia foi feito um Ato em Defesa da Paz, pela ajuda humanitária ao Povo Palestino, que repercutiu positivamente junto a 169 delegadas/os internacionais, vindos das Centrais Sindicais de todos os continentes. Também houve um ato de apoio a Sergio Massa, pela sua vitória nas eleições de domingo, na Argentina. Os temas em debate deste dia foram: regimento interno, conjuntura internacional e nacional e estratégia. O enfoque estratégico foi referente ao Eixo 1 do Texto Base: “Fortalecimento do sindicalismo cutista”. Valorização da negociação coletiva e atualização da organização sindical”. E o turno da noite foi dedicado ao lançamento de diversas publicações: ebook CUT 40 Anos da CUT Nacional e da CUT-DF, vídeo Transição Justa, publicações de Saúde do Trabalhador, Legislação das Guardas Civis Metropolitanas, documentário da SECOM, publicações da Fundação Perseu Abramo, Guia de Publicações da CUT-CEDOC e teaser do vídeo das mulheres da CUT.
O terceiro dia foi iniciado com uma mística, seguida de saudações das delegações internacionais aos congressistas, que ressaltaram a solidariedade de classe internacional, o cessar fogo e o fim das ocupações em Gaza. O CONCUT recebeu Guilherme Boulos, que discursou em defesa da democracia e dos direitos, destacando a necessidade de disputar as eleições municipais de 2024, com candidatas e candidatos comprometidas/os com a Plataforma da Classe Trabalhadora. Boulos elogiou as Brigadas Digitais da CUT que disputam o projeto da classe nas redes sociais. Dando continuidade, o debate de estratégia foi referente ao Eixo 2, “Protagonismo da CUT na reconstrução do Brasil, da democracia, dos direitos e da soberania”, com a palestra da Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. A Intervenção da CUT na reconstrução do desenvolvimento econômico sustentável e combate à desigualdade, referente ao Eixo 6 do Texto Base compreendeu o lançamento do Manifesto por uma Transformação Sustentável, seguida da exposição de Fausto Augusto Jr, do DIEESE, mesa que teve debate dos congressistas. Em seguida, na mesa de Estatuto o destaque foi a aprovação de novas Secretarias: Economia Solidária, Aposentados e Pessoas Idosas, LGBTQIA+ e Transporte e Logística. Esse dia, com a nova Direção da CUT para o período 2023-2027 eleita, foi finalizado com o Festival de Cultura e 4º Prêmio CUT Festival de Cultura, que precedeu a Festa dos 40 anos, animada por Leo Maia e DJ.
Precedendo a aprovação das Moções e do Plano de Lutas, um dos pontos altos do 14º CONCUT foi, no último dia, a fala do dirigente Gilmar Carneiro, um dos fundadores da Central que, durante o lançamento do livro e homenagem a Luis Gushiken, também fundador da CUT, destacou a importância de um trabalho de base incansável nos locais de moradia e de trabalho. Para Gilmar, em entrevista exclusiva ao SINTEP-PB, é preciso enfrentar a extrema direita, investindo em mobilização, organização e formação de novos quadros, sobretudo jovens fortalecendo “o trabalho coletivo e solidário. Professores, funcionários públicos, transporte, comércio e bancos, todos são imprescindíveis… esta é a missão”. O 14º CONCUT foi encerrado com a mística final, com música do dirigente Izael Ribeiro Gomes da Educação do Rio de Janeiro, “CUT 40 Anos”, que foi cantada posteriormente em libras na parte externa do Plenário, ao ar livre, celebrando mais este momento histórico de nossa Central. Com a participação de 49% de mulheres, este CONCUT foi marcante, trazendo esperança e energia para atuarmos como SINTEP-PB, priorizando as atuações com as juventudes, para que cumpramos a missão como classe trabalhadora, com dignidade para quem faz o país.