Na tarde da última terça-feira, 10 de dezembro, o Sintep realizou uma reunião com José Luciano Albino, presidente do Conselho Estadual de Educação. O encontro, resultado de uma reivindicação do sindicato, teve como foco o debate sobre o movimento de justiça curricular, que busca o aumento da carga horária das disciplinas de Sociologia, Filosofia e Artes. Participaram da reunião o coordenador-geral do sindicato, Felipe Baunilha, e o professor de Sociologia Lucas Oliveira, representante da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais( ABECS).

De acordo com o professor Lucas Oliveira, a reunião foi “importantíssima”, pois é fundamental avançar na ampliação da carga horária de Sociologia, Filosofia, Artes e Língua Estrangeira, já que uma formação integral não pode admitir que esses componentes tenham apenas um encontro semanal de uma hora-aula. Na ocasião, ele apresentou um dossiê com um diagnóstico preliminar da implementação de duas horas-aula (2h/a) para Sociologia e Filosofia nas primeiras e segundas séries do Ensino Médio em sua escola, o qual revelou a importância dessa ampliação.

Para Lucas, os dados apresentados ao Conselho reforçam, de forma clara, que o tempo pedagógico faz diferença concreta. Entre os estudantes da 1ª série, 52,5% afirmaram que, com duas aulas, conseguem aprofundar o conteúdo e conectá-lo à realidade, e 51,5% disseram que o tempo extra permitiu realizar atividades práticas de qualidade, algo impossível no modelo anterior. Já na 2ª série, onde os alunos vivenciaram a transição de 1h/a para 2h/a, 85,3% relataram melhoria significativa no aprendizado, e 76% afirmaram que agora conseguem tirar dúvidas com calma, sem a sensação de correria anterior.

“Esses números demonstram que a defesa da ampliação não se trata apenas de corporativismo dos professores, mas sim de evidência pedagógica. A argumentação perante o Conselho é de que a ampliação não pode se restringir a Sociologia e Filosofia ou a escolas piloto, mas deve alcançar todas as disciplinas que ainda permanecem com apenas uma aula semana”, destacou professor Lucas.

Como encaminhamento, conforme informou o coordenador-geral Felipe Baunilha, ficou definida a criação de um Grupo de Trabalho para construir propostas e realizar audiências públicas a partir de fevereiro. A expectativa é que esse processo consolide uma política curricular que assegure, no mínimo, 2h/a para todos os componentes da BNCC, garantindo isonomia entre as áreas e evitando que disciplinas fundamentais para a formação crítica, cultural e cidadã continuem sendo tratadas como complementares.

O Sintep reafirma seu compromisso com a educação pública de qualidade e assume esta causa como uma agenda urgente e necessária para qualificar o ensino médio paraibano, tendo a ampliação da carga horária e a isonomia curricular como eixos principais de sua atuação.