Mais de 5 mil trabalhadoras e trabalhadores da educação de todo país ocuparam as ruas de Natal, nesta sexta-feira (15), na marcha política e cultural de abertura da segunda edição da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape 2022). Com orquestra de Frevo e um grupo de Maracatu, a categoria caminhou quase 5 km pelo centro da capital do Rio Grande do Norte com gritos de guerra em defesa de uma educação pública, de qualidade, democrática e laica.
Organizada pelo Fórum Nacional Popular da Educação (FNPE), a II Conape tem como lema “Educação pública e popular se constrói com democracia e participação social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire”. Entre os temas que serão discutidos no evento está a educação pública, popular e gratuita e uma profunda reflexão sobre qual projeto de nação e projeto de educação que o país precisa.
O presidente interino da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Roberto Leão, defendeu uma educação inclusiva na quais questões raciais e de gênero têm que ser tratadas nas escolas e afirmou que essa grande passeata, que abre a conferência, é a prova que o povo brasileiro é capaz de organizar de maneira autônoma e independente o debate sobre um tema tão caro para toda sociedade.
“Este ato é resultado do esforço coletivo, de todos e todas que se interessam em discutir educação no nosso país, porque sabe que é fundamental para ter um país alegre e justo. Tenho certeza que vamos fazer grandes discussões sobre a escola pública que queremos na Conape e para que o sonho de Paulo freire se torne realidade: uma escola que liberte e não adestre”, afirmou Leão.
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As (os) participantes da Conape se concentraram em frente ao Campus Natal-Central do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha, e finalizaram depois de quase 5 km de caminhada, no ato político e cultural na Praça da Árvore, em Mirassol.
A secretária de combate ao racismo da CNTE, Ieda Leal, afirma que hoje os/as trabalhadores/as da educação estão mostrando para o povo brasileiro o quanto a educação e demais categorias têm força para lutar pela educação.
“Nós queremos nosso país de volta. Estamos aqui para trabalhar por uma educação pública de qualidade e a II Conape chega no momento importante para gente melhorar os rumos e os caminhos que a educação pública desse país tem que tomar. Temos aqui homens e mulheres, população LGBT, estudantes e defensores da educação para gente dizer que nós vamos nos organizar e lutar por uma educação para todas e todos”, disse ela, durante a marcha.
Segundo o professor Ariovaldo de Camargo, secretário de Administração e Finanças da CUT, a marcha, que não tem nenhum tipo financiamento, mostra a garra e a disposição dos profissionais de ensino que buscam uma educação pública, laica e de qualidade.
“Esta grande participação da categoria na marcha de abertura da Conape mostra uma perspectiva de construção de mudança radical na educação desse país, que vem sofrendo diversos ataques pelo atual governo. A construção da Conape vem sem nenhum tipo de financiamento, mas com muita garra e com muita disposição do conjunto de trabalhadores e trabalhadoras”.
Pela manhã, a categoria fez credenciamento e conheceu o espaço da Conape, o Centro de Convenções. A partir de amanhã (16) começam os debates e atividades em torno da educação para todas e todos. O encontro, que encerra no domingo (17), também vai deliberar um documento final e moções e uma Carta-Manifesto da II Conape. Veja a programação completa aqui.
Marta Vanelli, secretária de formação da CNTE, reafirma os compromissos com a educação básica de qualidade. "Essa conferência popular, bancada pelas entidades da sociedade civil, tem uma importância muito grande e esperamos que a partir do próximo ano a gente recomece a construir as políticas públicas para melhorar a educação do nosso país".
Confira mais informações no site da CNTE: www.cnte.org.br