No último dia 20 de maio, quando todo o Brasil estava homenageando os/as pedagogos/as brasileiros/as pelo seu dia, o deputado federal Jaziel Pereira (PL), eleito à Câmara Federal em Brasília pelo Estado do Ceará, não se envergonhou em dizer que as escolas tendem à “doutrinação, aborto e erotização das crianças”. A oportunidade dessa fala desastrosa deu-se quando da apreciação e votação pela Câmara do projeto de lei que autoriza e regulamenta a educação domiciliar no Brasil.
Para justificar a sua adesão cega e acrítica ao governo Bolsonaro, o deputado cearense ataca as escolas brasileiras e agride os seus profissionais. O projeto de lei aprovado na Câmara é uma antiga demanda e reivindicação dos setores mais conservadores de nossa sociedade: ao alterar a nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), normativo que já tem mais de 25 anos de vigência no Brasil, a proposta aprovada a toque de caixa pela Câmara Federal, com apoio do deputado cearense Jaziel Pereira, não prosperará no Senado da República. Como membros da Casa Revisora, os/as senadores/as já impõem resistência ao PL aprovado pela Câmara.
Para justificar tirar as crianças da escola, o deputado agride o espaço escolar e ofende o conjunto dos profissionais da educação. Não existe compatibilidade possível entre defender a educação domiciliar e dizer, da boca para fora, que defende os professores ou a educação. Essas suas falas agressivas serão cobradas, senhor Deputado! Não pense que a sociedade cearense esquecerá tamanha agressão contra as educadoras e educadores de nosso povo.
É na escola que se aprende. É com os outros que se cresce. Não podemos permitir que o governo Bolsonaro e seus seguidores cegos, como o deputado Jaziel, acabem de vez com a possibilidade de crescimento de nossas crianças e jovens! Não permitiremos o fim da escola pública brasileira e tampouco de seus professores e professoras. Essa fatura, senhor deputado, lhe será cobrada em breve e a onda bolsonarista que lhe levou ao parlamento brasileiro em 2018, um dia secará!
Brasília, 25 de maio de 2022.
Direção Executiva da CNTE