O portal de notícias Congresso em Foco (vinculado ao UOL) realiza trimestralmente uma pesquisa qualitativa temática com 70 parlamentares federais (deputados e senadores), considerados como principais lideranças do Legislativo em Brasília.
A última rodada da pesquisa “Painel Poder” de 2021 tratou especificamente sobre a tramitação da PEC 32 (Reforma Administrativa) ou qualquer outra alteração na relação do governo com os servidores públicos.
O Painel perguntou aos deputados e senadores se eram favoráveis a uma reforma uniforme para todos os servidores ou se eles admitiam distinção entre as carreiras. A maioria (36%) disse ser favorável a uma reforma uniforme. Mas 29% apontaram para a necessidade de distinção para algumas carreiras. E 27% disseram ser contrários a qualquer forma de reforma administrativa.
A maioria dos parlamentares ouvidos (60,61%) manifesta-se contrária à flexibilização da estabilidade do serviço público.
“Quando se compara a presente pesquisa com a realizada em abril de 2021, percebe-se um aumento na quantidade de parlamentares que se manifestam contrários à reforma e aqueles que consideram que uma eventual reforma deva ter aplicação uniforme”, observa o relatório da pesquisa.
Ou seja, entre abril e dezembro, houve uma mudança na correlação de forças entre os parlamentares que querem uma reforma administrativa (leia-se: mais ataques aos servidores públicos) e os que defendem o serviço público e os servidores.
Para Paulo Tavares, secretário geral do SINTEP-PB e diretor de organização sindical da CUT-PB, “o movimento sindical dos servidores públicos, das mais diversas categorias, teve um papel fundamental para pressionar os parlamentares. Nesses últimos meses, as centrais, como a CUT, as confederações, como a CNTE, os sindicatos, como o SINTEP, realizaram várias atividades em Brasília e nos estados para dialogar com a população e para abordar diretamente os parlamentares, como no dia 18 de outubro, no Aeroporto Castro Pinto”.