O deputado federal Ricardo Barros (PP/PR), atual líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, é uma dessas figuras abjetas da política brasileira. Parte do conhecido bloco político denominado de Centrão, assumiu a função de liderança de governo, ou de vice-liderança, desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso, passando por todas as gestões subsequentes. A ele não interessa qualquer projeto de país, apenas a possibilidade de se manter em algum cargo para si e seus apadrinhados.
Em entrevista concedida à rede de televisão CNN Brasil, esse nanico da política nacional teve a pachorra de dizer que não existe conectividade nas escolas brasileiras porque não existe demanda, já que as escolas não pedem a conectividade. Na sequência, explica seu raciocínio torpe afirmando que a diretora da escola não entende de informática! É de um surrealismo constrangedor à inteligência alheia! Trata-se mesmo de um governo de fanfarrões que tem como único projeto a destruição e a mentira! Não se podia mesmo esperar nada diferente de seu líder na Câmara.
Não bastasse isso, Barros, que já foi ministro da saúde do governo golpista de Michel Temer e, por isso, responde a processo instaurado pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa na compra de medicamentos, voltou a atacar os/as profissionais da educação do Brasil. Disse, sem cerimônia, e como se não estivéssemos passando pela pior fase da pandemia em nosso país, que somente os professores não vão trabalhar. É de uma desonestidade gigantesca a fala desse que se arvora a ser um representante do povo! Os/as educadores/as brasileiros/as, senhor deputado, estão trabalhando muito nessa pandemia. Se não presencialmente, para não aprofundar o caos promovido por seu governo no país, estamos todos/as, professores/as e funcionários/as da educação, se desdobrando no ensino remoto, aquele que tanto precisa da conectividade que o senhor ousou dizer que não tem demanda por parte das escolas. E é por isso que lutamos pela derrubada do veto presidencial nº 10/2021, que tem impedido estados, DF e municípios de receberem cerca de R$ 3,5 bilhões, neste ano de 2021, para satisfazer as necessidades de oferta universal e de qualidade no ensino básico público do país.
Após essas falas desrespeitosas com aquela que é a profissão mais nobre de todas, Barros desnudou a intenção do projeto do governo em aprovar o PL 5595/20, que será apreciado na tarde de hoje pela Câmara Federal. Trata-se de um projeto que tem como objetivo, sob o manto de classificar a educação como atividade essencial, retomar as atividades presenciais nas escolas brasileiras à força. Nesse momento de grave pandemia, e ausência total de coordenação nacional no seu combate, essa posição do governo Bolsonaro expressada hoje por seu líder na Câmara – que, é bom que se diga, já contraiu a doença -, explicita a intenção desse governo da morte em continuar a matança de nosso povo! A Câmara Federal deve rejeitar o PL 5595/20! Estamos todos atentos e vigilantes!
Brasília, 20 de abril de 2021
Direção Executiva da CNTE