Professores e professoras da Escola Estadual Umbelina Garcez, em Mamanguape, realizaram um protesto na sede da 14ª Gerência Regional de Educação, na última segunda-feira (12), contra a precariedade das condições de trabalho na unidade.
Como já denunciado pelo SINTEP-PB em outras oportunidades, esta escola hoje está alojada temporariamente num galpão, nos fundos da ECIT João da Mata, numa estrutura com divisórias de gesso, sem espaço e ventilação adequados. Um ambiente precário, que não oferece as mínimas condições sanitárias para atividades presenciais nem para o retorno do ensino de maneira híbrida.
Na noite do dia 09/04, os docentes foram surpreendidos pela gestão da escola com a decisão da Gerência Regional de reduzir três turmas (de 22 turmas para 19) na unidade. A reivindicação, portanto, é pela manutenção da carga horária das 22 turmas, como apresentada desde março pela própria gestora escolar. A exemplo de tantas outras escolas espalhadas pela Paraíba, até a presente data as turmas da escola não estão cadastradas no Sistema Saber.
“Não pode haver falta de diálogo entre Gerência Regional, direção da escola e corpo docente quando se trata de diminuição do quantitativo de turmas de uma escola. Professores e alunos foram prejudicados. As salas já não se adéquam à realidade das diretrizes da Secretaria de Educação na modalidade virtual, quanto mais num possível retorno às atividades presenciais de forma híbrida, diante dos protocolos de segurança contra a Covid-19”, afirma a professora Ana Farias, docente da Escola Umbelina Garcez e diretora do SINTEP-PB da 14ª Regional.
Ela afirma ainda que, durante todo o mês de março, todos os professores se disponibilizaram a ajudar. Ficaram responsáveis pela elaboração dos documentos pedagógicos, pela formação dos grupos de WhatsApp, pela acolhida on-line dos alunos no Google Meet, eleições dos líderes de turma, elaboração e aplicação das avaliações diagnósticas. “Enfim, todas as diretrizes que foram repassadas, foram cumpridas”, mostrando que a decisão da 14ª GRE foi imposta de forma desumana, sem diálogo, e sem um mínimo de preocupação com os professores e os alunos que fazem parte da Escola Umbelina Garcez”, finaliza Ana.
MAIS DESCASOS
Professores da Escola Umbelina Garcez que tiveram pedidos de remoção para outras unidades negados em fevereiro agora fazem parte do quadro de professores excedentes, ou seja, perderam suas 20 horas por direito. Ainda pior é a situação dos concursados em Língua Portuguesa, que, para completarem sua carga horária, têm que ministrar aulas de Artes e Ensino Religioso.
Também professores recém-concursados, que ainda estão em estágio probatório, ficam a mercê da imposição de componentes curriculares que não condizem com a disciplina do seu concurso para não perderem sua carga horária e, assim, garantirem seus salários. Professores que precisam estudar para dar aulas de outras disciplinas, elaborar planos de curso, elaborar atividades e avaliações e ainda ficarem responsáveis pelo registro de várias cadernetas de diferentes componentes para, em vários casos, ao final do mês, ainda não receberem a Bolsa Saber.
“É muito triste a realidade da educação no nosso estado. Professores angustiados, muitos em depressão, outros à beira de uma depressão, emocionalmente abalados por toda uma estrutura desorganizada que fere toda uma expectativa de educação de qualidade com princípios, direitos e valores. Passamos a vida inteira estudando, dando o nosso melhor, nos disponibilizando para, juntamente com direção e coordenação, fazer um trabalho de excelência, cumprindo todas as exigências e, no final, somos tratados desta forma”, desabafa a professora Ana Farias.