Nesta terça-feira (06), o SINTEP-PB participou de uma reunião promovida pelo Governo da Paraíba, com a presença do governador João Azevedo e de diversas representações do segmento educacional. Na ocasião, o secretário executivo de Saúde Daniel Beltrame apresentou dados recentes relativos à taxa de contaminação e letalidade do coronavírus na Paraíba.
De acordo com a apresentação, as crianças de 0 a 14 anos são as mais contaminadas pelo vírus e apresentam uma taxa de letalidade, quando a doença se desenvolve, bem acima da média da população em geral. Beltrame ainda apontou que cerca de 10% da população paraibana já teve contato com vírus.
Antônio Arruda, coordenador geral do SINTEP-PB, enfatizou a luta dos trabalhadores em educação para se adaptar ao ensino remoto, tanto do ponto de vista dos conhecimentos tecnológicos quanto dos equipamentos, e cobrou medidas mais efetivas do governo para auxiliar os profissionais. “É também preciso reconhecer a responsabilidade do governo em manter as atividades remotas neste que é o pior momento da pandemia. Temos insistido nisso com toda a comunidade escolar: aprendizagem se recupera, vidas não. Infelizmente temos um governo federal negacionista, que não apresenta um projeto para garantir segurança econômica para que a população faça isolamento social”, destacou.
Felipe Baunilha, que representou o Comitê Educacional em Defesa da Vida, reforçou que o momento continua sendo de cautela máxima para garantir a saúde dos profissionais da educação e da população em geral. “Vimos o que aconteceu quando as escolas privadas retornaram com atividades presenciais no início do ano. Aumento do número de casos e mortes de professores. Não há segurança enquanto não houver vacinação em massa da população. É preciso garantir o quanto antes a vacinação dos profissionais da educação”.
Representantes de outras entidades sindicais (ADUEPB, SINTEEMP) e instituições públicas de ensino superior (UEPB, IFPB, UFCG e UFPB) também se pronunciaram em defesa da manutenção do ensino remoto até que haja vacinação das comunidades escolares. O representante das instituições de ensino superior privadas fez uma ressalva para que se analise a possibilidade de atividades práticas de maneira presencial para que os estudantes em fim de curso possam realizar seus estágios. Essa posição também foi defendida pelo reitor da UFPB.
As únicas propostas destoantes da garantia das medidas de isolamento e ensino remoto partiram do representante das escolas particulares e de uma associação de pais. De acordo com eles, as escolas particulares seriam locais seguros e que garantem os protocolos de segurança para que o vírus não circule. Uma posição que não se baseia em fatos e dados.
O governador João Azevedo deixou claro que a falta de organização do governo federal para compra, produção e distribuição da vacina impossibilita que pensemos numa vacinação em massa num curto prazo. Reforçou o pedido que fez junto com os demais governadores do Nordeste para a inclusão dos profissionais da educação como grupo prioritário e apontou para a necessidade de manter o diálogo entre o setor educacional e governo para unir forças no enfrentamento da pandemia.
O prefeito Cícero Lucena, que também participou da reunião, fez uma fala sobre a importância das medidas de distanciamento social. Porém, o prefeito publicou novo decreto onde autoriza o retorno das atividades escolares da educação infantil e dos anos finais do ensino fundamental da rede particular de ensino. Medida irresponsável diante da catástrofe que estamos vivendo, provada pelos dados apresentados pela Secretaria Estadual de Saúde.
O SINTEP-PB mantém sua disposição em colaborar de todas as formas para o enfrentamento da pandemia e cobrou ao governador que receba o sindicato para dialogar especificamente sobre as questões que afligem os profissionais da educação em nível estadual.