Sem dúvidas, o ano letivo 2021 virá com mais desafios aos profissionais de educação de todo o Brasil do que os já enfrentados em 2020. Aqui na Paraíba, o SINTEP-PB permanece em alerta para garantir os direitos da categoria, em especial a saúde de trabalhadores e estudantes e, claro, de suas famílias.
Por isso, representantes do sindicato já haviam levado ao secretário de Educação Cláudio Furtado as reivindicações dos profissionais, que foram parcialmente atendidas, como exposto em recente anúncio do secretário a respeito do ciclo contínuo 2020/2021 e do quarto ano optativo para alunos concluintes do ensino médio. Procedimentos também orientados pela CNTE e pelo Conselho Nacional de Educação.
Falta, porém, a SEECT pôr em prática o Comitê Interinstitucional e Intersetorial de Acompanhamento Estadual (relativo às medidas de biossegurança), criado pelo governador João Azevedo a partir do Decreto 40.574, de 25 de setembro de 2020, visando ao devido acompanhamento dos protocolos para um eventual retorno às aulas presenciais.
Desta forma, na última assembleia do ano, no dia 15 de dezembro, os associados do SINTEP-PB reafirmaram o entendimento de que o retorno às atividades presenciais está condicionado à vacinação em massa da população e ao pleno funcionamento do Comitê. Isso se faz ainda mais importante após o pronunciamento do governador neste dia 23 de dezembro, no qual afirmou que o ano letivo 2021 começará em março, de forma híbrida (remota e presencial). A assembleia também aprovou como condição de retorno às atividades o pagamento do terço de férias para todos os trabalhadores e trabalhadoras da Educação da Paraíba.
Mas tudo isso só pode funcionar com muito diálogo, coisa que tem faltado à atual gestão estadual. Apesar de o secretário Cláudio ter recebido o SINTEP-PB em diversas ocasiões ao longo do ano, muito do acordado foi descumprido. Pior, João Azevedo completou seu segundo ano de mandato sem sentar um minuto sequer com o sindicato, sendo o único chefe do poder Executivo Estadual a agir de tal forma em toda a História de organização dos trabalhadores em educação da Paraíba.
Portanto, vamos ainda dar conta de finalizar o ano letivo 2020, em janeiro, já mirando o início do ano letivo 2021, com a certeza de que precisamos reforçar nossas trincheiras de luta, a CNTE e o SINTEP-PB, para enfrentarmos os grandes desafios concretos que estão a nossa frente e honrar a luta do patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, no ano do seu centenário de nascimento.