As dirigentes do SINTEP resistem e afirmam a importância de existir o Dia da Consciência Negra nesta sexta-feira (20). A data é uma referência ao Zumbi dos Palmares, que morreu lutando para preservar a vida dos africanos escravizados que fugiam do sistema escravista.
Laurecy Penaforte, secretária de Relações de Gênero e Etnia do SINTEP enfatiza a importância do dia 20 de novembro, uma data histórica da resistência negra e da luta do povo negro. Ela comenta que é um dia que consiste em muitas reflexões.
“O racismo se traduz nas atitudes de práticas da violência policial contra os negros, da violência e mortes de feministas negras, contra os direitos humanos e das pessoas que são atingidas pelo sistema nos seus lares ou em seus trabalhos. Hoje é o dia da resistência e grito pela justiça, pela condenação para os assassinos de Marielle Franco e da candidata à prefeita de Curralinho pelo PT Leila Arruda, além de tantos outros crimes praticados”, disse.
A Secretária de Relações de Gênero e Etnia do SINTEP acrescenta que não apenas no Dia da Consciência Negra, mas todos os dias é o momento para denunciar e protestar contra a violência e racismo desenfreados como no caso do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas, que foi assassinado na noite desta quinta (19), em supermercado de Porto Alegre. No Brasil, pessoas negras são 79% das vítimas de mortes causadas por ações policiais, segundo pesquisas sobre “Violência e Desigualdade Racial no Brasil”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Leônia Gomes, coordenadora da Secretaria de Formação do SINTEP frisou que é um absurdo e uma barbárie a situação do país, em que na véspera do Dia da Consciência Negra, um homem negro é morto após ser espancado por dois seguranças. “Vidas negras importam!”, ressaltou Leônia.
A dirigente da regional de Campina Grande Socorro Ramalho, em sua participação na rádio Caturité nesta sexta (20), falou que o Dia da Consciência Negra é um lembrete de que vivemos em um país racista, e de que não existe respeito com os seres humanos apenas pela sua cor de sua pele. Ela menciona que a CNTE está lançando uma campanha de “Escola Sem Racismo”, que traz ideias sobre como trabalhar o tema de forma mais pedagógica.
“É uma campanha que não vamos trabalhar apenas no dia 20 de novembro, apesar de todas as escolas terem feito atividades em relação a essa data através das aulas virtuais. É muito importante para que as pessoas possam ter esse chamado para refletir sobre o tema. Precisamos trabalhar na cidadania e preparar as crianças para que tenham orientação do combate ao racismo, e que as crianças negras saibam que têm os seus direitos de viver, que são respeitadas e devem ter acesso a todas as políticas públicas”, finalizou Socorro Ramalho.
O SINTEP/PB é antirracista e contra a política de extermínio das vidas negras, pois vem se posicionando durante toda a trajetória da entidade sindical na luta contra o racismo.