Nesta quarta-feira (18), as dirigentes do SINTEP estiveram presentes no Encontro Regional de Mulheres Educadoras do Mundo, que tem por objetivo conhecer as realidades das mulheres da América Latina e mundialmente durante a pandemia. Além disso, o encontro ressalta a importância do debate e fortalecimento das lutas, principalmente a participação política das mulheres no movimento sindical.
Laurecy Penaforte, Secretária de Relações de Gênero e Etnia do SINTEP, também esteve no Encontro Regional de Mulheres, e enfatiza que é extremamente importante o encontro da rede de mulheres para conhecer as realidades que as mulheres da América Latina e de outros países estão vivendo, debatendo e fortalecendo as nossas lutas no enfrentamento dessa situação.
“Dentro dessa realidade, abordamos sobre a questão da violência, do machismo, sexismo, desemprego e empobrecimento feminino, negação dos direitos das mulheres, dos estupros, da importunação sexual e outros tipos e violência que nos afligem todos os dias. O encontro é delicado para as participantes devido essa cruel realidade, mas também nos empodera e nos estimula na nossa atuação dentro do sindicato com a realização de eventos planejados, de encontros e seminários para que possamos conscientizar a nossa base sindical”, comentou Laurecy.
A Secretária de Relações de Gênero e Etnia, diz que é necessário ter uma reação sistematizada e organizada dentro do movimento sindical, até para combater dentro do movimento o machismo que muitas vezes existe. Ela lembra que o encontro da rede também estimula a participação política das mulheres das instituições sindicais.
“O machismo no sindicalismo tem que ser combatido e precisamos atuar politicamente para que possamos transformar essa sociedade que escraviza as mulheres. Lutamos para que a sociedade seja justa e igualitária com todos tendo os seus direitos respeitados”, destacou.
Soraya Cordeiro, Secretária de Relações de Gênero e Etnia do SINTEP, contou que a experiência do encontro trabalhou a questão da pandemia como uma crise humanitária em que houve um impacto em toda a humanidade, mas principalmente nas mulheres.
“Não foi uma coisa isolada, foi um fenômeno generalizado na América Latina e no mundo. É importante essa leitura para que possamos enfrentar esse momento com toda essa crise da COVID-19 e o impacto nos trabalhos das mulheres. O aumento do número de feminicídio pelo isolamento social, fez com que as mulheres tivessem maior dificuldade na sua vida. Além da frequência das mulheres na política, mesmo com muito avanço, ainda há muita negligência”, falou.
Leônia Gomes, Secretária de Formação do SINTEP, citou que na abertura do evento ocorreram as falas de representações de diversos países, concluindo com análise de conjuntura, através da exposição de mulheres do Brasil, Honduras e Colômbia. Ela relata que o encontro foi seguido de debates mostrando os avanços e retrocessos das políticas de combate à violência contra a mulher, como no caso do Brasil, com o acentuado retrocesso no governo Bolsonaro.
“Ficou claro o contexto de violência e a exploração às mulheres nesta conjuntura de pandemia, ocorrendo de forma semelhante nos diferentes países, onde nós mulheres estamos sendo exploradas com mais evidência, uma vez que: estamos em home office, temos a educação formal aos nossos filhos, bem como os trabalhos domésticos, além dos desafios para as mulheres que lamentavelmente, sofrem violência doméstica, já constatada através de pesquisas”, frisou Leônia Gomes.
Fernanda França, suplente da Secretaria da Juventude do SINTEP, relatou que o encontro é importante porque não reúne apenas mulheres trabalhadoras em educação da América Latina, mas também contou com convidadas de outros continentes, como da Suécia, e conhecer outras realidades mundialmente é enriquecedor.
“O encontro consiste na reflexão sobre a mulher trabalhadora em educação e em como a pandemia afetou diretamente a forma e oportunidades de trabalho, criando mais formas de exploração e dificuldades que estamos enfrentando na leva conservadora brasileira e mundial, apesar de ter resistência em alguns governos progressistas. A abertura contou com a presença da Ministra de Gênero e Diversidade da Argentina.”, enfatizou.
Além disso, ela comentou que ter essa experiência é uma maneira de criar novas formas de resistência diante da realidade da educação no mundo.
“Por ser de forma virtual, contamos com a presença de 670 mulheres e gerou maior participação de mulheres organizadas dos sindicatos, o que é essencial”, disse.