Debate virtual promovido nesta sexta-feira (4), teve participação de profissionais da educação para debater sobre a situação da falta de diálogo entre o governo e a categoria. O debate contou com abordagens sobre a possibilidade de retorno às aulas presenciais durante a pandemia e a situação da educação no Estado nesse cenário.
Antônio Arruda, coordenador-geral do SINTEP/PB, explica que o momento é de desafiar o Governador João Azevedo para cumprir a sua palavra de dialogar com os servidores, questionar quais são os motivos para perseguir os profissionais da educação, retirando até suas remunerações. Ele ressalta que nesse período de eleições é importante analisar em quem votar para constituir um Estado democrático.
“Precisamos votar em quem está ao lado da nossa luta para termos representatividade na Assembleia Legislativa e no Senado. Parabenizo cada trabalhador em educação pela sua coragem e sucesso nessa paralisação, vamos enfrentar esse governo pois jamais vamos baixar a cabeça”, discursa Arruda.
Após fala do coordenador-geral do SINTEP, Heleno Araújo, presidente da CNTE, defendeu que sejam criadas plataformas públicas digitais gratuitas que abarquem os alunos, professores e toda a comunidade escolar. Ele afirmou que não são todos que têm condições de entender e manusear a tecnologia de maneira eficaz e que a formação profissional não garantiu que os educadores passem por esse momento de pandemia sem dificuldades, usando a tecnologia. Conforme dados da CNTE, 82% dos estudantes diminuíram a presença e participação no modelo de aulas remotas, o que reforça a necessidade de educar para familiarizar o aluno e a família com a tecnologia e garantir seu acesso.
“A tecnologia é bem-vinda para auxiliar e para complementar a formação pedagógica, jamais para substituir o profissional. Não existe regra para usar o WhatsApp e acompanhar os alunos à distância. Um gestor não pode exigir isso ou cobrar do profissional”, comenta Heleno.
No debate, houve a discussão sobre a PEC 188, que pretende acabar com a estabilidade dos servidores e diminuir até 25% dos seus salários. Para Heleno, a PEC faz parte de uma política de desmonte da educação por parte do governo, que pretende ainda diminuir 8% no orçamento da educação em 2021.
Diante dessas dificuldades, Leônia Gomes, Secretária de Formação do SINTEP, falou sobre a necessidade de aperfeiçoar o ensino pedagógico de maneira ágil e eficaz. “Nós tivemos que desenvolver uma nova formação. Diante dessa situação, precisamos continuar com a pressão da classe trabalhadora contra a política de privatizar e comercializar a educação”, ressaltou.
Segundo Socorro Ramalho, dirigente da regional de Campina Grande do SINTEP, a aprovação da Reforma da Previdência foi outro golpe para os trabalhadores de educação, que foram bastante impactados junto com outras categorias de servidores. Ela ressalta que houve muito trabalho no Fórum Estadual, no qual o SINTEP/PB faz parte, e várias entidades propuseram emendas que não foram aceitas, causando prejuízos.
“Depois de muitas discussões, apresentamos vinte emendas e apenas sete foram acolhidas, levamos mais algumas questões para o plenário e conseguimos que um deputado apresentasse dois destaques, mas que não foram considerados. A Reforma foi prejudicial aos servidores”, acrescentou.
Felipe Baunilha, Secretário da Juventude do SINTEP, comenta que a categoria está trabalhando o dobro ou triplo do que presencial, porque além de pensar na aula, é necessário formatar, usar os próprios equipamentos para garantir atividades pedagógicas e não possuem contrapartida do governo do Estado. Acrescentou que as gestões escolares não estão dando condições para o trabalho acontecer.
“Os professores não são obrigados a recolher atividades impressas na escola para corrigir. A própria orientação da Secretaria de Educação informa que as atividades serão corrigidas no retorno das atividades presenciais. Não podemos ceder às pressões das gestões escolares aos professores. A Secretaria de Educação está pressionando, afirmando que a falta na reunião pedagógica virtual justifica abandono de emprego, causando inúmeros prejuízos para os trabalhadores”, finalizou Felipe.
O SINTEP/PB estará em luta pela Educação de qualidade no Estado. A categoria vai seguir em estado de mobilização pressionando para que o governo receba os profissionais da educação para tratar da educação na Paraíba, Plano de Cargos, Carreira e Remuneração unificado da Educação (PCCR), a escolha democrática para gestão escolar e os recursos do FUNDEF.