A Secretaria de Educação do Estado da Paraíba, num ato ex-officio publicado no Diário Oficial do dia 09 de julho, transferiu a professora Katiuscia Brandão e o professor Salvador Borba da Escola Solon de Lucena, em Campina Grande, para outras unidades sem que houvesse processo disciplinar, sem inquérito administrativo ou qualquer outra justificativa.
Os professores, além de terem perdas salariais, pois foram removidos de uma escola integral para escolas regulares, estão em plena pandemia, no meio do ano letivo, com todas as dificuldades do momento, tendo que se adaptar a outras realidades sem terem cometido qualquer infração ou, o que é pior, sem terem sequer passado por um processo em que pudessem se defender.
A comunidade escolar, indignada com a atitude da Secretaria, criou um abaixo-assinado em prol do retorno dos professores, que já possui quase 200 assinaturas dos cerca de 250 alunos na escola, numa demonstração de que a atitude da Secretaria está na contramão da realidade e das necessidades da comunidade escolar. Além disso, há declarações de apoio aos dois professores vindas de alunos, pais e responsáveis de forma geral.
“Revoltante isso. Pessoas bastante responsáveis que sempre lutaram pelo bem da escola e dos alunos serem tratados dessa maneira. Quando cheguei na escola, Katiuscia estava lá me recebendo como se eu fosse sua filha, porque sempre foi assim que ela nos tratava. O professor Salvador sempre motivou nós alunos a nunca desistir dos nossos sonhos”, comentou uma aluna da escola através das redes sociais.
Outros comentários foram apresentados de maneira positiva em apoio ao retorno dos professores à escola. “É inadmissível uma atitude autoritária e desrespeitosa desta natureza. Condenar sem julgar é o cúmulo. Queremos, no mínimo, a abertura de um processo disciplinar, como nos garante a lei”, comenta Socorro Ramalho, dirigente da 3ª Regional do SINTEP-PB em Campina Grande.
O SINTEP-PB declara apoio à mobilização da comunidade escolar para assegurar o retorno de Katiuscia e de Salvador.
ECIT Severino Cabral
Outro caso de falta de sintonia entre a Secretaria e a comunidade escolar é o episódio recente envolvendo a ECIT Severino Cabral, onde a gestora Albanery Rejane, que assumira o cargo em fevereiro, apenas aguardando nomeação, foi afastada e em seu lugar nomeada uma pessoa que não fazia parte da escola e nem sequer participou da seleção. Atitude totalmente desrespeitosa com a comunidade escolar, que vinha em total sintonia com o trabalho até então desenvolvido.
“O SINTEP luta pela eleição das direções escolares porque defendemos uma gestão democrática através da escolha direta pela comunidade escolar. Ao invés de agregar, motivar e colocar pessoas na direção que motivem os alunos, a Secretaria faz o contrário. Por esse motivo, continuaremos a lutar pelo retorno da escolha dos gestores democraticamente pela comunidade escolar”, declara Antonio Arruda, coordenador-geral do sindicato.
Diante disso, o SINTEP-PB exige esclarecimentos e resoluções da parte do secretário Cláudio Furtado sobre os casos citados e espera que fatos desta natureza não se repitam.