Vitória da resistência do setor educacional brasileiro: os parlamentares da oposição derrotaram o projeto denominado “Escola sem Partido”. A CNTE e o SINTEP-P-B sempre se posicionaram contra o projeto, participando de audiências públicas, comissões e mobilizações para barrar esse a aprovação do mesmo. Para o presidente da CNTE, Heleno Araújo, o "Escola Sem Partido" é uma grave ameaça à liberdade de ensino no Brasil e também um ataque à educação pública. Com o processo arquivado, a matéria só poderá voltar a ser debatida novamente do zero, no próximo ano.
A CNTE publicou uma nota pública sobre esta vitória, destacando a importância da mobilização dos/as estudantes e dos/as educadores/as brasileiros/as, que durante todo esse período não abriram mão da luta por seus direitos e se rebelaram contra as tentativas de impor a censura e a mordaça em nossas escolas e universidades. A nota também parabeniza as deputadas que, em meio à maioria masculina da situação, persistiram na resistência a favor da educação pública de qualidade, em cenário muitas vezes hostil e sem espaço para o debate.
O presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que discute o projeto, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), encerrou os trabalhos da comissão depois de 12 sessões sem resultado e seguidas tentativas de votação do relatório do deputado Flavinho (PSC-SP). Os deputados de oposição, com o apoio da CNTE e diversos outros sindicatos e organizações da educação, conseguiram atrasar o andamento da tramitação com base no regimento da Câmara.
Arquivado
Ao final da legislatura, todos os projetos que não têm parecer aprovado nas comissões são arquivados. O atual mandato termina em 31 de janeiro, mas os parlamentares entram em recesso a partir do dia 23 de dezembro e, portanto, encerrando os trabalhos legislativos. Pelo regimento da Câmara, o autor do projeto ou de qualquer outro que tramita em conjunto pode apresentar requerimento para desarquivá-lo. Se isso acontecer, a tramitação começará do zero, com a criação de uma nova comissão.