“Diretas já” precisará de fôlego e muita luta do movimento sindical

No segundo dia, a 15° Plenária Estatutária da CUT-PB contou em seu primeiro momento com uma análise de conjuntura feita pelo professor José Artigas, avaliando o panorama político que levou o país ao golpe e à luta pelas Diretas Já. Em seguida, um painel com o advogado, Jonathan Pontes debateu o impacto das Reformas da Previdência e Trabalhista, que representam a retirada de direitos trabalhistas e sociais.
Artigas pontuou uma série de avanços e traçou um panorama do atual cenário de retrocessos. “Tivemos uma política planejada de crescimento durante o governo Lula e Dilma, que favoreceu o desenvolvimento de todas as regiões do país, principalmente da região Nordeste, que se tornou uma das mais produtivas. A ampliação e diversificação do parque industrial com redução na participação do mercado Internacional, fortaleceu a ampliação do mercado brasileiro no exterior. Todas essas riquezas geradas estão sendo alvo dos interesses de um golpe que precisa urgentemente leiloar o Brasil ao mercado financeiro internacional”, avaliou.
Segundo ele, repassar as riquezas do Brasil implica em desestruturar a indústria naval, a Petrobrás, os bancos públicos, levando a privatização do sistema bancário brasileiro e estimulando as empresas financiadoras internacionais com o capital financeiro e rentista.
Em meio ao cenário de golpe com o governo ilegítimo, Artigas lembrou da retomada do crescimento de filiações ao Partido dos Trabalhadores, principalmente entre jovens, e o aumento da popularidade do Governo de Lula. “Nunca na nossa história a direita ficou tão fragilizada quanto agora, aumentando o papel histórico que o governo petista teve e tem para o povo.” Ainda segundo ele, a conquista pelas Diretas Já precisará de muito fôlego diante um governo corrupto, que usa de meios e instrumentos para frear os processos de julgamento dos casos de corrupção que dominam toda a quadrilha que governa o país.
Na segunda mesa de debate, o advogado Jonathan Pontes destacou os impactos das Reformas da Previdência e Trabalhista na vida dos trabalhadores. “Com a pressão constante dos trabalhadores e dos movimentos sociais através das paralisações e da Greve Geral dos dias 28 de abril e 30 de junho, ambos os projetos de reformas obtiveram alterações. Mesmo assim, representam a quebra dos direitos sociais e trabalhistas, e precisam ser combatidas urgentemente”, afirmou.
De acordo com ele, o governo quer exterminar a previdência pública. “Querem vender para o povo que a previdência está quebrada, quando na verdade o único objetivo de toda essa mentira é acabar com a previdência pública para que a população passe a pagar a previdência privada”, explicou.
O advogado acredita que esse cenário pode ser revertido com novas eleições. “Todos esses prejuízos que atingiram a classe trabalhadores pode se modificar através do voto com a retomada do projeto popular nas próximas eleições”, ressaltou.
Fonte: CUT